15 de dezembro de 2010

PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA (PPR)


PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA (PPR)


Introdução


O sistema respiratório é constituído por um conjunto de órgãos que tornam possível a respiração normal. Falando mais concretamente, é formado pelo nariz, boca, garganta, laringe, traquéia e os brônquios, os quais constituem as vias respiratórias. Por outro lado encontram-se os pulmões, cuja missão é enviar o oxigênio ao sangue e este de transportar o oxigênio a todas as células do corpo. É esta uma das principais funções do aparelho circulatório, de transportar o oxigênio através do corpo humano em suas artérias e de recolher o produto da reação ou seja, o dióxido de carbono - CO2, e levá-lo até os pulmões para ser expelido.
Integrando este sistema está também o diafragma e os músculos do peito, os quais têm por objetivo provocar os movimentos respiratórios normais. É o oxigênio que mantém acesa a chama da vida. O cérebro é o encarregado de regular a função respiratória. Quando o cérebro necessita mais oxigênio, envia estímulos aos músculos do peito e o diafragma por meio dos nervos, fazendo-os funcionar com maior aceleração e vigor.
Comparando o corpo humano a uma máquina completa, pode-se concluir que um dos parâmetros a assegurar o perfeito funcionamento, é a presença de “ar respirável”.


Ar respirável


O ar atmosférico que nos envolve, o ar natural (aqui considerado seco) pode ser representado em números redondos, em porcentagem por volume de: 21% de oxigênio; 1% de Gases nobres ; 78% de nitrogênio.


Ar respirável significa:


• Conter no mínimo 19,5% em volume de oxigênio.
• Estar livre de produtos prejudiciais à saúde, que através da respiração possam provocar distúrbios ao organismo ou o seu envenenamento.
• Encontrar-se no estado apropriado para a respiração, isto é, ter
pressão e temperatura normal, que em hipótese alguma levem a
queimaduras ou congelamentos.
• Não deve conter qualquer substância que o torne desagradável, por exemplo: odores.


Respiração


Por respiração do homem entende-se todo o processo pelo qual o corpo humano é suprido de oxigênio e libertado de CO2 (dióxido de carbono).

Controle dos perigos respiratórios


Num bom programa de proteção respiratória, é essencial a avaliação correta do perigo. Isso requer que se conheça o processo, as matérias primas empregadas, os produtos finais, derivados e outros.
Com esse conhecimento deve-se recolher uma quantidade suficiente de amostras apropriadas, que mostrem, durante todas as condições de operação, atmosferas que por seu conteúdo de oxigênio e níveis de concentração, sejam suficientemente conhecidas para avaliar a que exposição uma pessoa estará exposta durante o trabalho.

Conhecimento dos perigos respiratórios


Pelas características da formação do corpo humano, os materiais tóxicos podem penetrar no corpo por 3 (três) diferentes caminhos:


Classificação dos riscos


Os riscos respiratórios classificam-se normalmente, por:
• Deficiência de oxigênio;
• Contaminação por gases: Imediatamente perigosos à vida, ou não.
• Contaminação por aerodispersóides (poeiras, fumos, etc...);
• Contaminação por gases e aerodispersóides: imediatamente perigosos à vida, ou não.
O conteúdo normal de oxigênio no ar atmosférico é de aproximadamente 21% em volume.
As concentrações de oxigênio abaixo de 19,5% são consideradas inseguras para as exposições humanas devido aos efeitos nocivos nas funções do organismo, processos mentais e coordenação muscular.
Gases imediatamente perigosos à vida


São contaminantes que podem estar presentes em concentrações perigosas, mesmo quando a exposição for por um período curto.

Gases não imediatamente perigosos à vida


São contaminantes que podem ser respirados por um período curto, sem que ofereçam risco de vida, porém podem causar desconforto e possivelmente danos quando respirados por um período longo ou em períodos curtos, mas repetidos muitas vezes.


Classes de contaminantes gasosos


Quimicamente os contaminantes gasosos podem ser classificados como:


Inertes
Não são metabolizados pelo organismo
Ex: Nitrogênio, Hélio, Argônio, Neônio, Dióxido De Carbono.


• Ácidos
Podem causar irritações no sistema respiratório e provocar o aparecimento de edemas pulmonares
Ex: Dióxido De Enxofre, Gás Sulfídrico, Ácido Clorídrico.


•Alcalinos
Idem ao Ácidos - Ex: Amônia E Aminas.

• Orgânicos
Podem existir como gases ou vapores de composto líquido orgânico. Ex: Acetona, Cloreto De Vinila, Etc...


• Organo Metálicos
Compostos metálicos combinados a grupos orgânicos.
Ex: Chumbo Tretaetile e Fósforo Orgânico.

Efeitos biológicos
Os gases e vapores podem ser classificados segundo a sua ação
sobre o organismo.


• Irritante
Produzem inflamação nos tecidos com que entra em contato direto: pele, olhos, via respiratória.
Ex: ácido clorídrico, sulfúrico, amônia, soda cáustica. o ponto de ação dos gases e vapores irritantes é determinado pela solubilidade.


• Anestésico
A maioria dos solventes pertencem a este grupo, uma propriedade comum a todos é o efeito anestésico, devido a ação depressiva sobre o sistema nervoso central.
Ex: clorofórmio, éter; os quais podem provocar perda da sensibilidade, inconsciência e a morte.


Asfixiantes
Simples = Nitrogênio.
Químico = “CO “ - Monóxido de carbono.

Venenos sistêmicos
Podem causar danos aos órgãos e sistemas vitais do corpo humano.
Ex: vapores metálicos de Mercúrio, Arsênio, etc...


Aerodispersóides


• Formação: dispersão de partículas
no ar de tamanho reduzido.
Podem ser classificados em três grupos, de acordo com sua ação nociva:


• Partículas Tóxicas
Podem passar dos pulmões para a corrente sangüínea e levadas para as diversas partes do corpo, onde vão exercer ação nociva à saúde (Irritação química, envenenamento sistêmico, tumores, etc...)
Ex: Antimônio, Arsênio, Cádmio, Ácido Fosfórico, Fósforo, ácido Crômio, etc...

Poeiras causadoras de fibroses ou pneumoconioses
As quais não sendo absorvidas pela corrente sangüínea permanecem nos pulmões podendo causar lesões sérias neste órgão.
Ex: Asbesto, Carvão, Bauxita, Sílica livre, etc...

• Partículas não tóxicas
Chamadas também de poeiras não agressivas, não causam fibroses, podem ser dissolvidas e passar diretamente para a corrente sangüínea ou que podem permanecer nos pulmões, sem causar efeitos nocivos locais ou sistêmicos.
Ex: Algodão, Lã, Farinhas, Poeiras de Couro, Pó de Madeira, etc...
“ Altas concentrações destes aerodispersóides devem ser considerados sempre com muita atenção”.
Os aerodispersóides segundo suas propriedades físicas classificam-se em:


• Névoas ou neblinas
Partículas líquidas em suspensão no ar, com dimensões que vão desde 5 a 100 mícrons.


• Fumos
Partículas sólidas de origem orgânica. São encontradas em dimensões que vão de 0,01 a 0,3 mícrons.

• Poeiras
Partículas sólidas geradas mecanicamente por manuseio, moagem, raspagem, esmerilhamento, etc... São encontradas em dimensões perigosas que vão desde 0,5 a 10 mícrons.


• Vapores Metálicos
Partículas sólidas condensadas. São encontradas em dimensões de 0,1 a 1 mícron.


• Organismos vivos
Bactérias em suspensão no ar, com dimensões de 0,001 a 15 mícrons.


Mícron
Unidade de comprimento igual a uma milionésima parte do metro padrão.


Perigos das partículas
As dimensões das partículas expressas em mícrons, são de suma importância.
As partículas menores de 10 mícrons de diâmetro tem mais facilidade para penetrar no sistema respiratório.
As partículas menores de 5 mícrons de diâmetro são mais fáceis de alcançar os pulmões.


Formas de expressão de quantidades de poluentes no ar.

• PPM - (partes por milhão) 1 ppm de poluente corresponde a 1 cm3 de poluente por metro cúbico de ar respirado. Assim, ao constatarmos que determinado ambiente tem 30 ppm de cloro, estamos respirando 30 cm3 desse gás por metro cúbico de ar que respiramos.



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